DOCUMENTO, (DES)INFORMAÇÃO E PODER: MEMÓRIA DA DITADURA MILITAR BRASILEIRA PELA OBRA 1964 O BRASIL ENTRE ARMAS E LIVROS

Nome: GABRIEL MENEGUELLI SOELLA

Data de publicação: 31/03/2021

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
DANIELA LUCAS DA SILVA LEMOS Examinador Interno
DAVID BAIÃO NEMER Examinador Externo
LUCILEIDE ANDRADE DE LIMA DO NASCIMENTO Examinador Interno
MAIRA CRISTINA GRIGOLETO Coorientador
PEDRO ERNESTO FAGUNDES Presidente

Resumo: Realiza ampliação conceitual sobre a noção de documento, práticas documentárias e regimes de informação para análise das relações de saber e poder e de memória e esquecimento sobre a ditadura militar brasileira (1964-1985) presentes no documento audiovisual “1964: o Brasil entre armas e livros” da produtora Brasil Paralelo, veiculado no YouTube e sua relação com o autoritarismo político na pós-verdade. Em pesquisa exploratório-descritiva de abordagem qualitativa da Ciência da Informação, em interdisciplinaridade com a História e a Sociologia, apresenta aportes teórico- metodológicos sobre discursos de verdade, documento, memória, desinformação, negacionismo e pós-verdade operacionalizada por pesquisa bibliográfica, documental e análise genealógica e crítica de base pós-estruturalista foucaultiana do discurso. Identifica práticas da rede de desinformação e negacionismos na pós-verdade, demonstrando uma dupla relação da pós-verdade com a “verdade” iluminista, ao passo que é herdeira de ideais autoritários do processo civilizatório colonialista europeu e recusa suas bases racionais em favor de crenças de um passado conservador idealizado. Apresenta aspectos de negacionismos baseados no racismo estrutural, no antissemitismo nazista e no anticomunismo militar evidenciados no negacionismo anti-histórico sobre a ditadura militar brasileira (1964-1985) no ciberespaço, presentes no regime de (des)informação do/no documento audiovisual
analisado. Os resultados demonstram a materialidade da (des)informação em favor do autoritarismo, fortalecido no fenômeno da pós-verdade, com memórias negacionistas e práticas de desinformação provenientes de narrativas de militares e civis de extrema-direita circunscritas em documentos criados para disputar as narrativas de memória sobre a ditadura militar brasileira (1964-1985). Reflete sobre a relação entre narrativas ultraliberais e a propagação de memórias autoritárias e
contrafactuais de extrema-direita. Evidencia práticas de desinformação utilizadas pela extrema-direita no filme da Brasil Paralelo para afirmação de enunciados negacionistas, de silenciamento dos saberes e de ataque aos debates acadêmico-
científicos. Contribui interdisciplinarmente ao enfrentamento do negacionismo autoritário e das práticas de desinformação enunciadas por meio de documentos audiovisuais em plataformas digitais no ciberespaço, fomentando novos estudos.

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